segunda-feira, 15 de agosto de 2011

As Mesas Girantes


Uma série progressiva de fenômenos deram origem á Doutrina Espírita. O primeiro fato observado foi a movimentação de objetos diversos. Designaram-no vulgarmente pelo nome de mesas girantes ou dança das mesas.
Tal fenômeno parece ter sido notado primeiramente na América do Norte de forma intensa, e propagou-se pelos países da Europa, como França, Inglaterra, Holanda, Alemanha e até a Turquia. Nos meados do século XIX, tendo como marco especialmente o ano de 1848, como os fenômenos de Hydesville já estudados, envolvendo a família Fox.
Todavia, a história registra que ele remonta à mais alta antigüidade, tendo-se produzido de formas estranhas, coo ruídos insólitos, fenômenos sem nenhuma causa ostensiva.
A princípio quase que só encontrou incrédulos, porém, ao cabo de pouco tempo, a multiplicidade das experiências não mais lhe permitiu lhe pusessem em dúvida a realidade.
O fenômeno de pancadas ou batidas foi chamado de "raps" ou "echoes"; os das mesas girantes ou moventes de "table-moving" para os ingleses e "table-tournante" para os franceses. No início, nos Estados Unidos, os espíritos só se comunicavam pelo processo trabalhoso e de grande morosidade de alguém dizer em voz alta o alfabeto e o espírito indicava através de pancadas no momento em que fossem pronunciadas as letras, que reunidas, formavam as frases. Era a telegrafia espiritual.
Os próprios espíritos indicaram, em fins de 1850, nova maneira de comunicação: bastava simplesmente que se colocassem ao redor de uma mesa, em cima da qual se apoiariam as mãos. Levantando um dos pés, a mesa daria ( enquanto se recitava o alfabeto ) uma pancada toda vez que fosse proferida a letra que servisse ao espírito para formar as palavras, esse processo, ainda que muito lento, produziu resultados excelentes e assim se chegou as mesas girantes ou falantes.
Há que notar que as mesas não só se levantavam em um pé para responder as perguntas que se faziam, mas também moviam-se em todos os sentidos, girava no ar, girava sobre o dedo dos experimentadores sem que se descobrissem qual a causa de tais movimentações.
O fenômeno das mesas girantes propagou-se muito rapidamente e durante muito tempo entreteve a curiosidade dos salões. Nas festas de sociedade, médiuns eram convidados a provocar tais fenômenos para a diversão e curiosidade dos presentes, no entanto, com o passar do tempo, os frívolos e interesseiros foram se afastando só ficando na observação da tais fenômenos os investigadores sérios e interessados no estudo da origem científica do acontecido.
As mesas girantes representarão sempre um dos pontos de partida da Doutrina Espírita, pois foi através delas que o insigne pesquisador e professor Hippolyte Léon Denizard Rivail tomou conhecimento de sua missão de codificação da doutrina dos espíritos.
O professor Hippolyte tomou contato com o fenômeno das mesas girantes por volta de 1854 através de seu amigo o Sr. Fortier, que era magnetizador e com o qual estabeleceu amizade em virtude de seus estudos sobre o magnetismo. O Sr. Fortier um dia lhe falou: "Eis uma coisa mais do que extraordinária: não somente magnetiza-se uma mesa, fazendo-a girar, mas também a fazem falar; perguntam e ela responde". O professor Hippolyte responde: "Isto já é outra questão, só acreditarei quando puder ver com meus próprios olhos e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula, por enquanto, se me permite, considerarei a tudo um conto de fadas".
O senhor Pattier, funcionário público, de meia idade, muito instruído, de caráter sério, frio e calmo; de falar ajuizado, isento de qualquer arroubo, causou-lhe excelente impressão e ao convidá-lo para assistir, a casa da Sra. Pleinemaison, na rua Grange Beteliere nº 18, em Paris, aceitou com entusiasmo. Numa Terça feira de maio de 1855 o senhor Hippolyte assistiu pela primeira vez os fenômenos das mesas que giravam, saltavam, em condições tais que não deixavam dúvida qualquer, e é ele mesmo que descreve suas impressões iniciais: "Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação e uma nova lei, que resolvi estudar a fundo. Tive o ensejo de ver comunicações contínuas e respostas à perguntas formuladas, algumas vezes, mentalmente, o que acusavam a intervenção de uma inteligência estranha".
E continua o Grande codificador da Doutrina Espírita: " Compreendi antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da humanidade, a solução que eu procurava em toda a minha vida. Fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspecção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não se deixar iludir". E foi assim que mais tarde, depois de muito estudar a comunicação com os espíritos, o senhor Hippolyte Leon Denizard Rivaill adotou o pseudônimo de Allan Kardec.


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