segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Bom Espírita


BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
CAP. X DO EVANG. SEG. O ESPÍRITISMO


Perdoai, para que Deus vos Perdoe.
Reconciliação com os inimigos.
O sacrifício mais agradável a Deus.
O argueiro e a trave no olho.
Não julgueis para não serdes julgado.
Aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.
Instrução dos Espíritos.
Perdão das ofensas.
Indulgência- É licito repreender a alguém, notar-lhe as imperfeições ou divulgar o mal alheio?



PERDOAI, PARA QUE DEUS VOS PERDOE.

"Bem- aventurados os misericordiosos; porque eles alcançarão misericórdia." (MATEUS)
  "Porque se vos perdoardes aos homens as ofensas que tendes deles, também o Pai Celestial vos perdoará os vossos pecados."

"Mas se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai vos perdoará" (MATEUS)

"Portanto, se teu irmão pecar contra ti, vai e corrige-o, entre ele e ti só; se te ouvir, ganhado terás o teu irmão. Então, chegando-se Pedro a ele, perguntou: - Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão, contra min para que lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus:- Não te digo até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes" (MATEUS)

COMENTÁRIOS DE ALLAN KARDEC

A misericórdia é o complemento da doçura, porque os que não são misericordiosos não costumam ser benignos e pacíficos.

A misericórdia consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação e sem grandeza.

Há, entretanto, dois modos diversos de perdoar.

O primeiro é grande e nobre, verdadeiramente generoso, sem segundas intenções; maneja delicadamente o amor próprio e a suscetibilidade do adversário, mesmo quando este tem toda a culpa.

O segundo é quando o ofendido, impõe ao outro condições humilhantes e faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar.

Em tais circunstâncias é impossível que a reconciliação seja sincera. Não é generosidade; é uma das múltiplas formas de satisfação do orgulho.



RECONCILIAÇÃO COM OS INIMIGOS

"Conserta-te sem demora com teu adversário enquanto estas posto a caminho com ele, porque não sairás daí, até pagares o último sentil.(vintém)

Sabe-se que a morte não nos livra dos inimigos, pois muitas vezes os Espíritos vingativos perseguem com seu ódio, além do túmulo, aqueles a quem continuam odiando. Daí o provérbio " Morto o Cão, acaba a raiva" ser falso, quando aplicado ao homem.

O Espírito mau, espera Por aquele a quem tem ódio, ou no mundo espiritual ou atormenta-lo quando ainda encarnado prejudicando-lhe os interesses ou as afeições mais intimas.

Nisto está a causa da maior parte das obsessões, sobretudo as mais graves como subjugação e possessão.

Jesus, recomenda a reconciliação depressa, com o fito de evitar vingança em existências futuras.



O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS

Portanto, se tu estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrares ai, que teu irmão tem contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com o teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta." (MATEUS)

COMENTÁRIOS DE ALLAN KARDEC

O sacrifício mais agradável a Deus é o do próprio.

Ressentimento; que antes de se apresentar para ser perdoado, é preciso que ele próprio perdoe aos que lhe fizeram mal. A oferenda é uma alma purificada, sem ódios e animosidade contra seus irmãos.



O ARGUEIRO E A TRAVE

"Por que vês tu pois a aresta no olho de teu irmão, e não vês a trave no teu olho?

Ou como dizes a teu irmão:- Deixa-me tirar de teu olho uma aresta, tu que tens no olho uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar a aresta do olho do teu irmão." (MATEUS)

COMENTÁRIOS DE ALLAN KARDEC

Uma das extravagâncias da humanidade é ver o defeito alheio antes do próprio.

Para julgar-se a si mesmo seria necessário examinar-se ao espelho. O orgulho é que leva o homem a dissimular suas próprias faltas.

A verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.



NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS, AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADOS QUE ATIRE A ORIMEIRA PEDRA.

"Não queiras julgar, para que não sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão" (MATEUS)

"Então lhe trouxeram os escribas e fariseus, uma mulher que fora apanhada em adultério e a puseram no meio. E lhe disseram:" Mestre, esta mulher foi apanhada em adultério. E Moisés na lei mandou-nos apedrejar estas tais. Que dizes tu pois?" Diziam isto os judeus, tentando-o, para o poderem acusar. Porém Jesus, abaixando-se pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveravam em perguntar, ergueu-se e disse-lhes: "Quem de vós outros está sem pecados seja o primeiro que a apedreje." e tornou a escrever na terra, mas eles ouvindo-o, foram saindo um a um sendo que os mais velhos primeiro; e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio em pé.

Então erguendo-se Jesus, disse-lhe: "Mulher, onde estão os que lhe acusavam? Ninguém lhe condenou?"- Respondeu ela: "Ninguém Senhor." Então disse Jesus: "Nem eu tão pouco lhe condenarei; Mas vai, e não peques mais." (JOÃO)

COMENTÁRIOS DE ALLAN KARDEC

O que de vós outros está sem pecados seja o primeiro que a apedreje" disse Jesus. Esta máxima torna a indulgência um dever, Por que não há quem não necessita de indulgencia.

Jesus quis dizer que a autoridade da reprovação está na autoridade moral de quem a pronuncia. Aos olhos de Deus só é autoridade legitima a que se apoia sobre o bom exemplo.



PERDÃO DAS OFENSAS

Quantas vezes perdoarei ao meu irmão?

Perdoarás, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Tendes aqui uma máxima de Jesus, que deve chamar-vos a atenção e falar bem alto ao vosso coração.

Conciliai estas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que Jesus deu aos seus discípulos.

Perdoarás sem limites e ensinarás aos teus irmãos o esquecimento de si mesmos: o que os tornará invulneráveis contra os ataques, os maus pensamentos, maus procedimentos e as injurias.

Por acaso, conta o Pai Celestial o número de vezes que o seu perdão é concedido para apagar as tuas faltas?

Se vos dizeis ESPÍRITAS, sede-o, então, esquecei o mal que vos foi feito e não pensei senão no bem.

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo.

Mas há dois modos de perdoar: Há o perdão dos lábios e o perdão do coração.

O primeiro:- perdôo-o porém jamais me reconciliarei.

O segundo:- O verdadeiro, que lança um véu sobre o passado, é o único que será levado em conta e se reconhece pêlos atos muito mais que palas palavras. (PAULO APOSTOLO LION 1861)



INDULGÊNCIA

Espíritas! Hoje queremos vos falar da indulgência, este sentimento tão doce, tão fraterno, que todo homem deve Ter para com seus irmãos.

A indulgência não vê alheios defeitos e se os vê, guarda-os de comentários e divulgação.

A indulgência jamais se ocupa dos alheios atos mas, a menos que seja, para prestar um serviço e ainda com muita cautela. Sede pois, rigorosos para convosco e indulgente para com os outros. A indulgência atrai, acalma e corrige.

Amparai aos fortes, animando-os à perseverança, fortificai os fracos pêlos exemplos, assim como fez Jesus.

Pergunta:- É licito, repreender alguém, notar-lhe as imperfeições ou divulgar o mal alheio? Desde que ninguém é perfeito, carece- nos o direito de corrigir o próximo?

Resposta:- Certamente que não, de vês que cada um deve trabalhar para o progresso de todos e, sobretudo, dos que nos foram confiados.

Há porém, uma razão para que o façais com moderação, com um fim útil e não como se faz geralmente pelo prazer de denegrir. Neste último caso a censura é maldade.

No primeiro é um dever que a caridade manda cumprir com a máxima prudência e, ainda assim, perguntando-nos ao mesmo tempo se é merecida. (São Luz, Paris 1860)

Pergunta:- Mesmo que não o divulguemos, devemos observar as imperfeições alheias, quando disso nenhum beneficio haja para o próximo?

Resposta:- Tudo depende da intenção.

Certamente não é proibido ver o mal quando o mal existe; ainda mais, seria inconveniente em tudo ver um bem. Tal ilusão prejudicaria o processo. Com descrever os males da humanidade, se não lhe estudasse os modelos? (São Luiz, Paris 1860)

Pergunta:- Há casos que seria útil descobrir os erros alheios?

Resposta:- Se as imperfeições de alguém só a ele próprio prejudicam, jamais há utilidade em divulga-las; mas se podem prejudicar os outros, melhor será preferir o interesse de maior número ao de um só.

Conforme as circunstâncias, descobrir a hipocrisia e a mentira deve ser um dever, porque mais vale a queda de um homem que permitir que outros venham a ser Por ele ludibriados e tornados suas vitimas. (São Luiz Paris, 1860)