sábado, 8 de maio de 2010

Meu aprendizado poético

Você chegou de mansinho, mãe...
Como quem pisasse em películas de candura,
E disse coisas amenas e claras,
Numa combinação rara
De borbulhas de sonho
E aurora de sol:
- "Dorme, filhinha"...
E colocou-me no colo
E pediu que se apagassem as luzes da terra
Para que eu pudesse dormir
Recostada em seu peito.
Contou-me histórias de estrelas antigas
E de miragens bucólicas
Enluaradas de azul e poesia.
Beijou-me a face
E velou o meu sono,
Sempre a observar
A intensidade do meu estado febril.
A febre passou, mamãe,
E a minha infância também.
Mas a poesia e a magia
Do seu carinho,
NÃO.
Estas jamais passarão.

Nara Rubia Ribeiro